VOLTANDO PARA A ESTRADA

Isso foi na sexta. Descemos às 6 horas a Serra de Belisário.

Estava bem chateado, pois havia perdido meu celular e isso deixa a gente inseguro.

Andamos mais de 2 horas e estamos na BR 116, em Além Paraíba.

Entrando no Estado do Rio.

Tenho muito carinho por essa cidade, onde passei uma parte rica de minha infância, dos 6 aos 11 anos e, com meus irmãos, éramos mais levados que os filhos do capeta.
Quando o rio Paraíba do Sul estava cheio, a gente pulava dessa ponte e dava braçadas para vencer a forte correnteza.

Se formos direto vamos na direção São Paulo, via Dutra.

Mas, viramos à esquerda, na mesma BR 116 e estamos em Teresópolis.

Na belíssima Serra dos Órgãos.

Estamos na Baixada Fluminense. O Rio de Janeiro é o nosso destino.

Fundo da Baía da Guanabara. À direita Praia de Ramos, à esquerda Aeroporto do Galeão.

Trânsito pesado na região da Favela da Maré, lugar de muitos assaltos. A gente fica inseguro por aqui.

Mas acabo de receber uma ligação de Mateus dando uma ótima notícia. Meu celular foi achado na cadeira do barbeiro. Ele havia procurado e não tinha encontrado. Que alívio!

Já estamos no centro. A estação Ferroviária da Leopoldina está em reforma. Ela é parte integrante da história da ferrovia no Brasil e por ela passei várias vezes como passageiro, a partir de minha adolescência.

Mais ferrovia, agora a estação da Central do Brasil e o prédio da Administração Geral da antiga Rede Ferroviária e aqui trabalhei por 2 anos, em 90 e 91, na equipe do seu brilhante Presidente, Dr. Martiniano Lauro, a quem atribuo responsabilidade sobre o muito que aprendi sobre gestão administrativa e de pessoas.

Ainda no centro da cidade, tínhamos um compromisso. É aqui!

Estamos no Palácio do Itamaraty, que foi residência de famílias nobres, sede do Governo Republicano, entre 1889 e 1898 e sede do Ministério das Relações Exteriores, entre 1897 e 1970. Hoje aqui funciona a sede do Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores no Rio de Janeiro, Arquivo Histórico, Mapoteca, Museu Histórico e Diplomático e sede do Centro de História e Documentação Diplomática.

Além de Mírian, veja quem me acompanha nessa viagem.

A amiga Nina Campos que tinha aqui um horário agendado.

Estamos no Palácio do Itamaraty, órgão onde ela trabalhou, chegando ao cargo de Oficial de Chanceleria, trabalhando em diversas embaixadas do Brasil pelo mundo.

É nítida a sua emoção por estar nesse lugar. Nina é apaixonada pelo Itamaraty e pela diplomacia brasileira. 

Fiquei impressionado com a qualidade no atendimento por parte dos que aqui trabalham. Já na entrada, quando ela se apresentou ao segurança como ex-servidora do Itamaraty e queria autorização para entrarmos com o carro ele categóricamente respondeu:
- A senhora manda nesse lugar.
O mesmo carinho por parte desse segundo segurança. Legal isso. Normalmente, as instituições não investem na formação dos terceirizados, que costumam passar uma imagem ruim.

Ela quer recordar do tempo que frequentava esse lugar. Bustos de diversos ex-Ministros de Relações Exteriores e figuras ligadas à diplomacia brasileira.

Fala sobra cada um, com muita paixão.

Aqui a amiga quis destacar a altura das portas e janelas.

Agora o motivo que a trouxe até aqui.

Ela está sendo recebida pelo gentil servidor Natan e aqui veio para renovar seu passaporte diplomático. Com apenas quase 96 anos ela tem muitos planos de viagem, sendo a primeira para Paris.

E das mãos de Natan recebe o seu novo passaporte. Paris nos aguarda.

Na saída, um registro com o Barão de Rio Branco, que foi Ministro das Relações Exteriores do Brasil entre 1902 e 1912, tendo passado para  a história por ter resolvido importantes questões de fronteiras com a Argentina, França e Bolívia. 

Ele também incorporou ao Brasil a região que hoje é o Estado do Acre, isso sem haver conflitos armados, somente usando a diplomacia.

Engana-se você se pensa que vamos voltar para Belisário.

Vamos fazer agora um programaço.