MENTE ATIVA: ENCONTRO 91
Foi nessa terça. Esse é o Vergílio, marido da instrutora do SENAR Alcyone, que está ministrando "Corte e Costura" em Belisário.
Pensa num cara gente boa. Ele está meio que de folga aqui e logo se prontificou a arrumar o carro de boi do GAB, que estava no jardim, bem deteriorado. Pois já está de cara nova.
Eles são de Alpinópolis-MG, perto do Capitólio.
O tema dessa tarde foi: MINHA ROTINA: A ORGANIZAÇÃO DE UM DIA.
No acolhimento do grupo Mirian falou da importância do idoso ter uma rotina, até por que a memória já não ajuda muito, não perdendo assim compromissos e nem deixando de fazer coisas importantes. Ter uma caixinha para guardar remédios, o que ajuda no controle.
Vá vendo quem estava lá.
Mas tudo isso sem ficar preso de forma radical. É necessário sair, caminhar, fazer exercícios físicos e a prefeitura oferece isso no GAB, duas vezes por semana, com profissional qualificada, ter contato com vizinhos, participar de grupos religiosos. também ter rotina para alimentar-se e para beber água.
Perguntei quantos dos presentes moraram na roça na infância e início de vida de casado. Praticamente todos levantaram a mão..
Agora foi colocado na roda como era a rotina de cada um em tempo idos e todos falaram. Manezim lembra que acordava às 4 da madrugada, lavava café ou moia cana. Se desse um trovão tinha de correr para cobrir o café. Nas manhãs muito frias, descalço, colocava os pés no lugar que a vaca estava deitada, para aproveitar o calor do local.
A bica geralmente ficava afastada da casa e assim no final do dia de trabalho colocava-se água numa gamela, para lavar os pés empoeirados...
Jogar uma água na cara e estava limpo.
Aparecidinha esperava os filhos dormirem para costurar. |
A rotina de Maria também não foi fácil. Tirava leite muito cedo, pegava um tacho de garapa para fazer melado...Ela calçou o seu primeiro par de chinelos aos 15 anos. Tinha de tratar de porcos...
Aí os casos vão se soltando. Efigênia tem coisas que prefere esquecer. Creusa lembra que poucos iam para a escola. Que ouvia de seu pai que uma moça velha de 12 anos não tinha de ficar estudando. Fazia isso somente para escrever carta para namorado.
Muito triste ouvir de outra pessoa casos de violência física por parte do marido contra a esposa. Isso não era raro por aqui.
Eles foram divididos em grupos e passaram a dramatizar a rotina em seus tempos de roça. Foice, enxada...
Moenda de cana. Em algumas casas mais pobres tinham de socar a cana dentro do pilão. Nem, moenda havia. Um fato interessante: com algumas exceções, nem cana se acha mais na região, para consumo humano. Da garapa se fazia o melado para adoçar. Com a chegada do açúcar, isso só mesmo em raríssimas casas.
Arroz praticamente nem mesmo é mais plantado por aqui.
Máquina de costura movida a manivela.
Café moído na máquina manual. Moedor de carne.
Ciro representando uma limpeza de cana.
Honorita perdeu a mãe muito novinha, deixando mais duas filhas, uma com 2 anos. Com 10 anos Honorita já trabalhava em casa de família cuidando de bebê. Está aí representando isso.
Vamos brincar: ao som de uma música animada os paus devem passar de mão em mão.
Não pode cair.
Vamos ao bingo!
Honorita levou o primeiro prêmio, na linha preenchida.
E Osvaldina preencheu a cartela.
Começamos com o carro de boi, agora recuperado e terminamos com ele, que traz boas memórias para o grupo.
O encontro é encerrado com uma oração de gratidão. Afinal, foram tempos difíceis mas todos saíram vencedores e se sentem felizes hoje.
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