ACONTECEU O 90º ENCONTRO DO PROJETO MENTE ATIVA
Foi nessa terça e a programação foi dar sequência ao encontro anterior, de valorização de visitas. Essa kombi vai sair lotada do GAB.
E outros carros também cheios. Aqui uma pessoa muito importante está sendo pega, pela primeira vez para participar do projeto. Mirian e eu passamos mais cedo para convidá-la. Trata-se de D. Leontina, que tem 92 anos, mas tem uma incrível memória.
Estrada de Itamuri e vamos sair dela antes da subida da serra. Estamos indo naquela propriedade à frente, da família de Cristóvão e Josina.
A turma está chegando.
De cara vou lhe mostrar esse moinho da fubá, que estava funcionando.
Olha que turma bonita!
Mírian e Dani introduzem e colocam o casal que nos recebe na berlinda. Eles são convidados a contar suas histórias de vida. Têm 64 anos de casados, uma filha é professora em Rosário da Limeira e os demais estão por aqui, no mesmo ramo que eles, de produção de doces e outras guloseimas mais, que mostraremos à frente.
Vamos ver quem estava lá. Perto de Regina, Honorita, que veio pela primeira vez.
Olha aí D. Leontina, ao lado da irmã Osvaldina.
Os pais do Cristóvão moraram na Serra, onde hoje é a bela propriedade do compadre Tuti, ao lado da Fazenda Xapuri. Josina é dessa região onde moram hoje, havendo uma mistura de casamentos entre os Calais (ela) e os Marinho Barbosa (ele).
Cristóvão sempre se dedicou ao trabalho na roça e ela, já há 40 anos introduziu o negócio da família em alimentação, que começou de uma forma muito interessante. Sem recursos para entrar no ramo, Josina vendeu 11 kg de café e com o dinheiro comprou meio saco de açúcar para fazer doces. Entusiasmou-se com o resultado e com o dinheiro arrecadado comprou 2 sacos de açúcar. Aí a coisa começou a deslanchar. Hoje eles têm uma grande produção, muito diversificada de doces e diversos assados e distribuem aqui, na feira em Muriaé e na região.
Juntaram dinheiro e logo compraram uma charrete. Com estradas de barro, tinham dificuldades com esse transporte. Mais dinheiro e compraram um fusca e mais tarde um gol e a coisa foi andando.
E receitas para novos produtos, novos cultivos, onde conseguem informações? No passado tiveram grande apoio da EMATER. Lembram-se de técnicos de lá como Chiquinho, Regina, Edson Curi. Hoje eles pegam tudo na internet. Foram 7 filhos para criar e todos sempre deram duro.
E a relação amorosa? Se conheciam desde criança e não tinha moleza no namoro. O sogro deu a ele um prazo de apenas 2 meses para se casarem.
Foi aberto espaço para que cada um falasse da sua relação com o casal. D. Leontina conhece Cristóvão antes dele nascer, falou ela. O avô dela estava nas últimas e a esposa foi na casa do pai de Cristóvão para pedir que ele fosse lá para que colocasse a vela na mão do enfermo, para clarear a sua ida para o outro mundo. Essa era uma prática comum usar uma amigo para fazer isso. Cristóvão tinha apenas 3 meses de idade. Ficaram esperando um tempinho para não saírem com a criança com o corpo quente da cama no sereno da madrugada. Não deu tempo. Quando lá chegaram o senhor já havia partido dessa para uma melhor.
Maria também relatou casos de uma época muito difícil para todos. Filhos homens tendo de usar camisolas doadas de meninas até os 12 anos. Seu caçula nasceu sem nadinha como enxoval, apenas um paninho para ser embrulhado. D. Leontina rasgou um lençol e fez paninhos para embrulhar a criança. Também curou o umbigo do nenen com azeite. Muitas histórias interessantes.
Nelinho e Glorinha vieram com Landis/Luzia, pela primeira vez.
O grupo trouxe lanche, mas o casal também oferecu coisas gostosas que produzem. Brevidade, biscoito de polvilho, de araruta, yogurte...
Com broas, bolo com cobertura de chocolate e bolinho de chuva, vitamina de abacate, pão com patê, que foram trazidos, virou um belo café da tarde.
D. Leontiona caminha pelas estradas de Belisário com o filho Adão. Nessa tarde, ela ficou sentadinha, recebendo tudo na mão.
Nenê, sua vizinha, até água trouxe para lavar as suas mãos.Todos aqui têm muito carinho por ela, inclusive Mirian e eu. Ela se lembra quando minha mãe Cléa vinha a Belisário, passear na casa de meus avós. Costurou para os avós de Mírian, lembra-se de minha sogra Olga.
Vamos dar um giro pelo sítio. Ainda usam esses tachos para fazer melado para a venda e com ele adoçar o café e fazer as famosas "broinhas de D. Josina", na folha de bananeira.
Inhames ...
Caldo de cana...
Todas essas pencas de um único cacho.
O casal ainda vem a Belisário nessa charrete.
Casa de farinha.
Eles produzem o polvilho e vendem em pacotes e com elas fazem os produtos.
Vamos ver a cozinha, de extrema limpeza.
Olha aí a famosa broinha de melado!
A massa é assada na folha de bananeira.
A sobrinha Lurdinha tem a sua propriedade do outro lado. Tudo aqui é uma família só. Ou é Calais ou Marinho Barbosa. Tudo junto e misturado.
Um boa horta...
Peixes...
O grupo está lá adiante.
Mamona vermelha eu nunca tinha visto.
Uma foto oficial desse belo encontro, Foram 33 pessoas presentes
Sempre terminamos com uma oração de gratidão a Deus.
De volta pra casa. Tempo fechado, mas nada de chuva.
Uma animadíssima tarde. D. Leontina prometeu que não vai mais perder nenhuma.
Linda matéria ! Que bom rever todos esses amigos de Belisário num programa de tanto valor cultural, social, humano enfim. Parabéns aos anfitriões, d. Josina e sr. Cristóvão. Parabéns também a d. Leontina, "tia" Regina, e a todos os outros participantes, que de tantos nem dá pra enumerar. Um abração meu à organizadora desse Projeto Mente Ativa, psicóloga dra. Mirian Sigiliano Paradela e ao seu marido, o eng. e advogado, dr. Cléber Paradela, que nos traz todos os dias notícias de Belisário - esse encantador distrito de Muriáe, MG, bem ao pé da Serra do Brigadeiro e parte também de uma das muitas APAs (área de proteção ambiental) de Minas Gerais.
ResponderExcluirA receita da broa de fubá assada na folha de bananeira inclui também amendoim e melado de cana. Além de sustentável (sem usar invólucro de plástico), é muito gostosa e energética. O invólucro volta pra terra, se compostado.
Muito bonito ouvir a história de vida de pessoas batalhadoras como essa!
ResponderExcluirQue encontro maravilhoso! Muitas histórias e muitos quitutes!
ResponderExcluirFaz bem ao coração ❤️ de quem participa e alegra até a quem, como eu, só está lendo esse relato.
Que maravilha este relato, Cléber! Gostaria de conhecer tudo isto ao vivo e a cores! Parabéns pra você e Mírian!
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