Continuamos naquela dinâmica de deixar o carro no ponto onde terminamos a caminhada anterior. Da outra vez chegamos até aqui e subimos na direção do Pico do Itajuru. Agora vamos virar à esquerda.
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Estamos também na direção de Belisário, contornando. Uma agradável surpresa; esse senhor se juntou a nós, guardando distância. Ele é um figuraço e se chama Zeca Richado. Fala pra caramba, mas com muita sabedoria. Também caminha todos os dias. |
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Água em abundância. |
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E vamos sendo agraciados com cenas como esta. |
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Depois da quarentena você corre o risco de ficar desse tamanho. |
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Segundo Zeca aqui tem uma outra de 18 arrobas que equivale a 270 quilos. |
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Quando Zeca dá uma parada para respirar aí Mirian começa a falar e assim eles vão se revezando na tagarelice. |
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O Itajuru vai ficando para trás. |
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Não entendo nada de café mas acho que esse foi colhido antes da hora. Não gosto de achar e assim consulto um técnico, o dr. Edson Cury, da EMATER, a quem o meu companheiro de caminhada Zeca Richaldo muito elogiou:
"O ponto de início da colheita do café ocorre quando 70% dos grãos estiverem
maduros, ou grãos cerejas.
Este café da foto parece ter 70% de grãos verdes e colher café com
muitos grãos verdes é prejuízo ao produtor,
pois grãos verdes pesam menos ,
gerando café de baixa qualidade e menor preço."
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Hoje se usa uma máquina leve até para cortar o capim para o gado, cujo talo é uma cana. |
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Tem gente que não gosta de verde nas paredes das casas na zona rural, achando que concorre com a natureza. Eu já acho que harmoniza. |
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Meus ouvidos começaram a doer e deixei os dois falantes mais na frente. |
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Esse café na hora de ser colhido, segundo o nosso técnico. |
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Aqui já foi colhido. |
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Falei errado que o Pico iria ficar para trás. Na verdade estamos caminhando lateralmente a ele. |
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Vou solicitar aqui uma palavra de nosso outro técnico, Dr. Dárcio Calais, também correspondente do EMBELISARIOMG, para nos falar um pouco sobre o polêmico eucalipto. Ele é especialista nesse tema. |
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Caminho sinuoso. Agora o Itajuru de frente. |
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Mas uma cena tocante. |
O carro de boi outrora foi um transporte comum e hoje é raro.
Já estamos voltando. Caminhamos 40 minutos indo e outros 40 voltando.
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O nosso carro a vista. |
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Não resistimos e fomos conhecer a propriedade do novo amigo, mantendo distância. A sua casa está junto dessa tulha. |
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Ela joga milho e arroz pras galinhas. Caramba! Arroz na pandemia subiu para 20,00 o pacote. |
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Outra surpresa; não sabia que ainda havia plantio de arroz na nossa região. Quando perguntei a Zeca se valia a pena plantar arroz pelo trabalho que dá ele responde que se for olhar o trabalho que alguma coisa dá, é melhor não fazer nada. Até comer dá trabalho pois tem de levantar o braço. Chupa Cléber! Seu neto Vander veio para entrar na matéria.
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Tudo é
arroz. Seus filhos participam do plantio e todas as famílias, que moram na mesma propriedade, consomem. Ele
também vende alguma coisa
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Arroz ainda na palha.
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A filha é Solange. Trabalha em Muriaé mas veio fazer quarentena na roça. |
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Vamos conhecer também a esposa Deja, a neta Michele. O rapazinho já apresentei. |
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Fico vermelho de vergonha, mas vou levar mexerica, limão e lima. Sou muito sistemático: prefiro furtar do que pedir. |
Já combinamos um encontro com esse povo aqui em casa, tão logo passe a pandemia. Eles têm vários parentes aqui na rua, tudo gente de nossa admiração.
Top Cleber conhecer com vcs este lado de Belisario. Quanta coisa a gente descobre em uma caminhada. Vlw
ResponderExcluirEucalipto? Sim. Para começo de conversa ele é o maior protetor das florestas naturais. A madeira é um produto nobre que tem sido útil para o homem desde que nossos antepassados aprenderam a usar o fogo. Foram nas caravelas de madeira que os navegadores europeus chegaram ao Novo Continente. E eu não tenho que falar pra ninguém o quanto precisamos de madeira numa propriedade rural. As leis determinam e o bom senso recomenda a preservação da biodiversidade que começa na preservação da vegetação natural. Então temos mesmo é que usar madeira cultivada e os eucaliptos constituem ótima opção. Ah, mas o eucalipto seca a terra (frase de efeito criada pelos inimigos da árvore). Não é verdade. Quem quiser tirar suas dúvidas pode estudar o livro Impactos Ambientais do Eucalipto de autoria do famoso pesquisador da USP, Prof. Dr. Walter de Paula Lima. E hoje não vamos falar da madeira industrializada que movimenta um comércio mundial da ordem de US$ 300 bilhões por ano.
ResponderExcluirNa próxima caminhada, pode ir de carro pegando a esquerda da fazenda do Belleti, vai sair lá no "sapo", não precisando fazer a volta pela "pedra alta". Lembro das vezes que passei por estas estradas acompanhando meu pai na apicultura.
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