A DESPEDIDA DO SR. OMAR VITAL
Como anunciei, desci a Serra de Belisário, para acompanhar o enterro do Sr. Omar Vital.
Opa! Esse é o Sr. Roldão. Deve estar indo também para Muriaé. Ofereci uma carona e o seu destino era o mesmo meu. Ele também estava querendo chegar a tempo do enterro o que não seria possível indo de ônibus.
Foi muito bom. A nossa conversa girou sobre o falecido. Dois anos mais novo que o Sr. Omar, hoje com 85 anos, o meu carona me informou que cresceram juntos. Nadavam juntos no rio e nunca perderam a amizade.
O tempo todo ele destacou a simplicidade e a energia para o trabalho do amigo que agora se vai. Começou a sua labuta capinando diariamente a lavoura na área onde hoje é a Escola Estadual.
Começou a candear boi, cresceu um pouquinho e comprou um "carrinho" onde começou a transportar pessoas pela região. Depois disso adquiriu uma "caminhonete" para levar passageiros de Belisário para Muriaé. O passo seguinte foi a compra de um ônibus usado.
Sempre com a mesma humildade e com muito trabalho, nunca desprezando qualquer pessoa, Sr. Omar foi crescendo financeiramente até se tornar um respeitado empresário de ônibus na região.
Fugindo um pouco do tema, no velório conheci Hilda Paradelas. Ao que tudo indica os nosso bisavós eram irmãos. Sua filha Rejane é nossa amiga e muito ligada a Márcia e Romerinho, filho do Sr. Omar. |
O Sr. Omar estava internado já há vários dias, na Fundação Cristiano Varella, onde lutava contra um câncer. Merece esse descanso aqui. |
No centro Tião Arnaldo, também de Belisário. Ele é muito mais novo que o falecido, mas tinha por ele muita amizade e admiração.Sr. Omar foi empregado de seu pai, na lida com gado. |
A primeira lembrança que tenho do Omar já foi no cabeçalho do carro de boi, puxando lajotas de pedra para o terreiro de secar café do Sr. Joaquim Gomes, onde hoje é terreiro do Antônio Balbino. A mãe dele, D. Rosalina, tinha falecido havia pouco tempo e ele estava usando camisa preta, conforme era o costume da época no período de luto. A lotaçãozinha a que se refere o amigo Roldão era uma "Rural" Willys americana, de cor cinza, que a gente chamava de jardineira. (Ainda não se fabricavam carros no Brasil.) Além dos especiais que ele fazia - como bem citou o Roldão - ele já iniciou uma linha regular para Muriaé. Não me lembo em que ano a Rural foi substituída pelos ônibus (talvez 1954/55) mas lembro-me bem que na primeira chegada a Belisário, o ônibus parado na Praça Francisco Gomes chamou a atenção de muitos curiosos, inclusive a minha. Entre as conversas animadas do momento, o Omar lamentava a precariedade da estrada Itamuri - Belisario, mostrando sinais de barranco nas laterais do Chevrolet '51, com capacidade para 32 passageiros. Durante alguns anos, a chegada do ônibus, à tardinha, era sempre um momento de ansiedade. Ainda ouço a buzina na última curva da estrada, entes de entrar na zona urbana. Era um "apito" curto e um longo: FON FOOOOOOOOOOONNNN!. Se não chegasse ninguém interessante, podia ser que o correio trouxesse, pelo menos, uma carta da namorada. Como se vê, Omar Vital é mesmo um personagem importante na história de Belisário.
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