HONESTIDADE: ISSO AINDA É UM VALOR PARA MUITA GENTE
Há cerca de quatro meses perdi a minha carteira. Que transtorno! Carteira do plano de saúde, de motorista, da OAB, cartão de crédito, além de um cheque de 208,00 e 376,00 em dinheiro. Muito trabalho para tirar segundas vias, principalmente da carteira de motorista.
Passado todo esse tempo, qual não foi a minha surpresa, chegando em Belisário, saber que tudo foi achado, numa situação muito curiosa. O Sr. Benjamim, um idoso que transita pelas ruas, incomodado, às vezes, por algumas crianças, por seu comportamento extremamente fechado e sempre portando um guarda-chuva, estava com a carteira e me faria a entrega no dia seguinte, após ter certeza de ser eu, de fato, o seu verdadeiro dono.
O referido senhor após o achado temeu que, anunciando o fato poderia surgir um falso dono e assim viu por bem guardá-la, até o dia que esse aparecesse. A sua forma de ver o tempo é muito diferente da nossa: “guardei numa gaveta, com uma pequena fresta para entrar ar, para não mofar. Não tinha pressa. Qualquer tempo eu entregaria”.
Benjamim é natural de Pai Inácio do Monte Alverne, onde tem duas irmãs . Mora sozinho em Belisário, onde vive com uma pensão de um salário mínimo e faz as suas refeições na casa de Reinaldo, meu vizinho, que lhe cobra um precinho por isso.
Um mês depois do achado comentou com Reinaldo o fato, recusando terminantemente mostrá-la. Mineiro já é desconfiado. O fechado Benjamim então ... Só mostraria para o dono, quando o encontrasse.
Somente agora resolveu dar mais um passo. Levou um retrato 3x4 e, de longe, mostrou para o amigo Reinaldo que logo reagiu: “Esse é o Sr. Cléber, que mora na casa em frente. Está viajando e quando chegar a gente lhe entrega.”
O ato formal de transmissão de posse da carteira se deu hoje pela manhã, após não mais restar dúvidas quanto ser eu mesmo o seu dono.
Com alguma dificuldade de se expressar claramente, Benjamin mostrou o valor da honestidade para ele. Informou-me ser membro de igreja Congregação Cristã e declarou-me: “Não seria da vontade de Deus que eu ficasse com algo que não é meu. Eu aprendi isso de berço. A todo o tempo só queria chegar a hora de entregar isso. Só não queria que um que não fosse o dono pegasse a carteira. Sabia que um dia o dono iria aparecer”.
Após puxar mais a sua língua, consegui daquele humilde homem, incomodado pelos pequenos e totalmente alienado pelos grande, mais essa pérola: “ Todos nós somos pecadores e temos defeitos, mas a gente tem de buscar a melhoria: ser honesto e caridoso.”
Como foi difícil convencê-lo a aceitar R$ 50,00 de gratificação. Fazia questão de explicar que não fez isso por dinheiro e que se eu desse dois reais estava muito bom.
Meu desafio agora é colocá-lo frente a frente com nossas crianças, com as quais desenvolvo trabalhos na área de esporte e lazer, para que elas tenham um outro olhar para esse santo.
Pois é, nós para aqui viemos, para conviver com um outro tipo de gente como o senhor Benjamim, que alguns chamam de “meio atrapalhado da idéia”. Doidos somos nós, cara- pálidas, ficamos como canta Raul Seixas, controlando a nossa maluquez, misturada com a nossa lucidez...
Cléber Paradela.
Conheça o senhor Benjamim na foto, ao lado do meu amigo Reinaldo, e que também tem uma história bonita de solidariedade, que vamos contar logo.
Se tiver dúvidas, veja o detalhe do guarda-chuvas
Passado todo esse tempo, qual não foi a minha surpresa, chegando em Belisário, saber que tudo foi achado, numa situação muito curiosa. O Sr. Benjamim, um idoso que transita pelas ruas, incomodado, às vezes, por algumas crianças, por seu comportamento extremamente fechado e sempre portando um guarda-chuva, estava com a carteira e me faria a entrega no dia seguinte, após ter certeza de ser eu, de fato, o seu verdadeiro dono.
O referido senhor após o achado temeu que, anunciando o fato poderia surgir um falso dono e assim viu por bem guardá-la, até o dia que esse aparecesse. A sua forma de ver o tempo é muito diferente da nossa: “guardei numa gaveta, com uma pequena fresta para entrar ar, para não mofar. Não tinha pressa. Qualquer tempo eu entregaria”.
Benjamim é natural de Pai Inácio do Monte Alverne, onde tem duas irmãs . Mora sozinho em Belisário, onde vive com uma pensão de um salário mínimo e faz as suas refeições na casa de Reinaldo, meu vizinho, que lhe cobra um precinho por isso.
Um mês depois do achado comentou com Reinaldo o fato, recusando terminantemente mostrá-la. Mineiro já é desconfiado. O fechado Benjamim então ... Só mostraria para o dono, quando o encontrasse.
Somente agora resolveu dar mais um passo. Levou um retrato 3x4 e, de longe, mostrou para o amigo Reinaldo que logo reagiu: “Esse é o Sr. Cléber, que mora na casa em frente. Está viajando e quando chegar a gente lhe entrega.”
O ato formal de transmissão de posse da carteira se deu hoje pela manhã, após não mais restar dúvidas quanto ser eu mesmo o seu dono.
Com alguma dificuldade de se expressar claramente, Benjamin mostrou o valor da honestidade para ele. Informou-me ser membro de igreja Congregação Cristã e declarou-me: “Não seria da vontade de Deus que eu ficasse com algo que não é meu. Eu aprendi isso de berço. A todo o tempo só queria chegar a hora de entregar isso. Só não queria que um que não fosse o dono pegasse a carteira. Sabia que um dia o dono iria aparecer”.
Após puxar mais a sua língua, consegui daquele humilde homem, incomodado pelos pequenos e totalmente alienado pelos grande, mais essa pérola: “ Todos nós somos pecadores e temos defeitos, mas a gente tem de buscar a melhoria: ser honesto e caridoso.”
Como foi difícil convencê-lo a aceitar R$ 50,00 de gratificação. Fazia questão de explicar que não fez isso por dinheiro e que se eu desse dois reais estava muito bom.
Meu desafio agora é colocá-lo frente a frente com nossas crianças, com as quais desenvolvo trabalhos na área de esporte e lazer, para que elas tenham um outro olhar para esse santo.
Pois é, nós para aqui viemos, para conviver com um outro tipo de gente como o senhor Benjamim, que alguns chamam de “meio atrapalhado da idéia”. Doidos somos nós, cara- pálidas, ficamos como canta Raul Seixas, controlando a nossa maluquez, misturada com a nossa lucidez...
Cléber Paradela.
Conheça o senhor Benjamim na foto, ao lado do meu amigo Reinaldo, e que também tem uma história bonita de solidariedade, que vamos contar logo.
Se tiver dúvidas, veja o detalhe do guarda-chuvas
Belíssimo gesto.
ResponderExcluir"Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele." Provérbios 22:6
Este senhor provou como é precioso este provérbio.
É isso aí Cléber!
ResponderExcluirAs crianças precisam de bons exemplos. Uma oportunidade de fazer com q elas vejam este nobre senhor com outros olhos... muito válido! Parabéns por mais essa! Não para, não para, não para não! KKK!!!