TRATANDO DE UM TEMA POUCO AGRADÁVEL NO MENTE ATIVA

Aconteceu nessa segunda, em caráter excepcional, já que os encontros acontecem sempre nas terças, mais um encontro do Projeto Mente Ativa. Estivemos sozinhas na coordenação por causa da viagem de Mirian e Cléber.
Ele se deu sob o impacto da morte repentina do prefeito José Braz e todos lamentaram muito o ocorrido, já que “Seu Zé” gozava de muito carinho por parte da maioria da comunidade de Belisário.
Dessa forma aproveitamos para trabalhar um pouco o tema “morte”, algo profundamente desagradável, porém bastante presente na vida dos idosos. Sempre tratamos de coisas alegres e temas agradáveis, mas essa tarde foi uma exceção.
Manezim,  por exemplo, lembrou quão doloroso foi o dia da morte de sua esposa. “Essa foi a pior parte da minha vida. Foram 35 anos casados”, declarou ele, que tem 14 anos como viúvo e que decidiu não ter nova união conjugal.
Nenê lembra também com pesar a repentina morte de seu marido, já há 20 anos. Lembra ela que dele tratou com todo o carinho durante a sua enfermidade, dando banho, trocando roupas. Dessa forma se preparou para a sua partida. Também foi dolorido para ela a morte de seu pai, que quis ir para a sua casa onde morreu serenamente. Foi menos doloroso que a perda de seu marido.
Efigênia falou dos cuidados que teve para com a sua mãe, que sofreu muito antes de partir.  Creusa lembrou a dor que foi a perda de um filho de apenas 3 anos. Osvaldina lembrou que viveu 55 anos com o marido, um tempo muito bom de sua vida.
Aproveitando essa colocação, deixamos em discussão o que facilita mais no enfrentamento da morte: ver a pessoa partir depois de um período de enfermidade, sendo que assim a morte passa a ser um descanso ou é mais confortador, ou menos doloroso, ver a pessoa partir de repente, como aconteceu com o nosso prefeito? Isso pode diminuir o dor por saber que a pessoa querida partiu sem sofrer? Cirinho acha que não tem resposta para essa pergunta. De qualquer forma a morte é muito dolorida, falou ele.
Glorinha, que foi pela primeira vez no projeto, falou que ficou casada 10 anos e já tem 29 anos de viuvez, hoje com seus dois filhos já criados.
Encerramos os depoimentos tristes, mas não saímos do tema. Lembramos da necessidade de se aprender a lidar com a morte, de estarmos preparados para esse triste momento, já que é isso é uma certeza, embora ninguém queira.
O clima alegre voltou. Fizemos o nosso bingo e marcamos o próximo encontro para ser realizado em nossa casa.
Esse foi o encontro de número 83

    * Matéria de Daniela Clemente.



Comentários

  1. Realmente, Daniela e Cléber. O tema "morte" não é nada agradável. Mas, acho bem escolhido, porque num momento em que justamente chorávamos a morte do nosso prefeito, sr. José Braz, também o pessoal do Mente Ativa teve oportunidade de relembrar os seus mortos. O que, para mim, deve ter estabelecido um clima de saudade . Como trazê-los de volta, num piscar de olhos !

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