AINDA SOBRE AQUELA MULHER

 QUEM É ESSA MULHER?

Essa pergunta deu título a uma das postagens que fizemos no blog (http://www.embelisario.com.br/2020/12/quem-e-essa-mulher.html), nos referindo a D. Rosana que, ao contrário de Zuzu Angels, que inspirou Chico Buarque em sua música, não se bate na procura do corpo de um filho para sepultá-lo, mas teve como foco de vida acolher filhos de outras mulheres, para que a morte também não fosse o destino destas.


Muitas dessas crianças tinham sido abandonadas ou nunca reconhecidas pelo pai e familiares e algumas, as mães eram dependentes químicas. Várias dessas tinham como destino a casa dessa mulher, que promovia a adoção, de fato, de várias delas. A professora e mãe se confundiam.


Já há muitos anos D. Rosana começou o seu trabalho em Belford Roxo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, próximo a uma comunidade comandada pelo tráfico de drogas. Criou uma creche onde alguns poucos pais podiam pagar e a maioria dependia de colaboração de amigos e “irmãos” de uma igreja que ela frequentava.

Peguei vários contatos dessas pessoas que tiveram suas vidas transformadas por Rosana e liguei para quatro delas. É unânime a afirmativa tratar-se de uma mulher muito especial. De uma delas ouvi que fora dependente química por 13 anos. Nessa condição foi procurar abrigo em sua creche, que logo acolheu seu filho e logo depois a mãe, já moradora de rua, dominada pelas drogas, também foi acolhida com um segundo filho. Pelo testemunho de vida e pela fé de sua protetora, essa mãe teve a sua vida transformada, integrou-se à mesma igreja e sentiu-se resgatada por Cristo. Casou-se, trabalha como vendedora autônoma e livre das drogas já há 4 anos.

Conversei com outro acolhido que falava comigo ao telefone enquanto trabalhava na REDUC-Refinaria Duque de Caxias. Vez em quando, interrompia nossa conversa para dar atendimento de demandas com os que se dirigiam a ele no trabalho, mas logo voltava para me contar da sua profunda gratidão por D. Rosana que segundo ele, nunca teve uma casa, mas sim abrigo. Como seu novo filho, completou o ensino médio e fez o curso de Direito. Também recebeu dela apoio espiritual, o que fez mudar a sua vida.

Falei com outro filho de Rosana, que nasceu de um casal de adolescentes que brigava muito, até pela imaturidade e que teve outros filhos. Veio a separação e a prole foi dividida entre creches, saltando de uma para outra. Essa criança, então com 6 anos, foi colocada na creche de orientação cristã, daquela que veio a ser a sua mãe. Ela era professora, mas levava as crianças para a sua casa também e tentava arranjar lares para acolher outras. Nesse processo ela tornou a sua mãe adotiva. Mais um filho para somar aos 3 que ela de fato gerou. Como disse, esse número aproxima-se de 20 crianças, algumas não adotadas formalmente.

Essa pessoa me contou, com emoção, que aos 7 anos soube o que é ter uma festa de aniversário, preparada por sua nova mãe. Ele confirma que Rosana nunca recebeu apoio público nessa sua missão e hoje é cabo do Exército, casado e ajuda a sua mãe, quando a coisa aperta para o lado dela. Também teve uma irmã adotada por ela.

A quarta pessoa, uma mulher, repetiu a gratidão dos demais em relação a Rosana, adotava que foi com apenas 1 ano, após desmamada, pela mãe que não poderia criá-la, pela sus dependência química.

Estamos agradecidos àqueles que entraram na roda de ajuda a Rosana, hoje acolhendo 5 crianças trazidas do Rio aqui para Belisário. Arrecadamos até agora R$ 2.104,00. Isso permitiu presentar a todos os pequenos e também lhes proporcionou uma ceia de Natal e uma compra de 400,00 em alimentos. Rosana preferiu não receber dinheiro. Essa é uma conduta que ela adota. Pagamos seu aluguel, água e energia de janeiro e deixamos R$ 1.030,00 no comércio local, apara ela comprar ou retirar algum dinheiro, quando precisar.  Claro que se entrar mais ajuda nós vamos somando a sua poupança no comércio. 

Gilson está fornecendo pão para a família e  também houve a doação de roupas e brinquedos e mais um grande volume de guloseimas. Quatro vestidinhos foram feitos mãos generosas de uma mulher que sempre doa enxovais para bebês, aqui em Beli. A arrecadação financeira veio de todos os lados. S. Bernardo do Campo, Belo Horizonte, Barbacena, Guaratinguetá, São Paulo, Muriaé e Belisário. 

Vamos procurar a Secretaria de Desenvolvimento Social, aproveitando a atenção que a nova secretária Eveline sempre dedicou ao nosso distrito, para envolver aquela Secretaria nessa luta.

Outras pessoas estão tentando abrir frentes nessa ajuda.


Comentários

  1. Isso prova o bom coração de nosso belisarense. Certamente Deus recompensará a todos que cooperaram

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