AS MARCAS DO QUE RESTOU

Muito infeliz alguém que se disponha a abandonar o seu passado, por pior que ele tenha sido. Precisamos estar focados no presente, com vistas para um futuro melhor, mas isso não quer dizer que possamos abandonar aquilo que passou. Lembra da marchinha de carnaval: “Recordar é Viver”? nessa segunda, no carro comigo, Mirian começou a curtir algumas belas edificações antigas de Muriaé, cidade onde viveu boa parte de sua infância. Começou fotografando esse prédio do Hospital São Paulo onde foi fazer uma exame cedo.
Gostou da ideia e deu continuidade. Na Praça Coronel Pacheco de Medeiros, aquela dos Correios, muita riqueza para ser vista.

O Memorial Municipal é belíssimo e guarda muita história pela sua própria edificação e também através do acervo que ele contém, aberto a visitações. Mas vamos dar um destaque especial a isso numa matéria específica.
Aqui a Escola Estadual Dr. Silveira Brum e segundo o amigo Antônio Eugênio, que foi vizinho de Mirian quando criança, "a construção seguiu o modelo norte americano da época. Esta escola foi construída logo após a Proclamação da República e queria seguir um modelo de um país republicano. Recentemente foi reformado e adequado às exigências de acessibilidade e segurança."

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Ao seu lado a Biblioteca Municipal. 
Defronte a ela esse prédio, que não ficou bem definido na foto, onde funciona uma Loja Maçônica.
Agora de outro ângulo.
Ainda na mesma praça o prédio dos Correios.
Do outro lado da rua o Teatro Municipal Belmira Vilas Boas.
"Essa Praça também tem muitas histórias, inclusive da minha infância. Merece ser registrada", declarou Mirian.
Ainda rodando na praça. 

Antônio Eugênio continua com a sua contribuição para a matéria: " Pena que muitas construções, por causa da especulação imobiliária, vão as pouco a sendo demolidas.
Há em Muriaé muitas residências que eram chamadas "Chalés Urbanos"  tais como a casa do pai do Euler Luz. Há uma no Rosário e outra próxima a Matriz São Paulo. Havia uma muito bonita na subida da Rua Barão de Monte Alto recentemente demolida...É  o preço do progresso."

Um pouco de história de Mirian: Os pais de Antônio Eugênio, José Ramos e Glorinha, não tinham filhos. Com isso ela era o xodó de Glorinha, que enfeitava a menininha para festas e desfiles e por ela tinha muito carinho. Já o meu hoje cunhado Mauro, era a paixão de "Zé Ramos", que o levava para passeio constantes em seu carro, coisa rara à época. Aí nasceu Antônio e a mamata acabou. Mirian e Mauro já o perdoaram por isso.
Vou ficar lhe devendo a história de cada um desses imóveis.
Belíssimo o templo da Paróquia de São Paulo
Aqui o tradicional Colégio São Paulo.
Um pouco mais abaixo o também tradicional educandário Santa Marcelina, colégio e Faculdade.
E aqui fechamos as riquezas da praça.
Mirian fez questão de fotografar essa casa, que era amarela, da qual tem lembranças: "aqui moravam umas lindas moças da Igreja Metodista..."
E Antônio Eugênio completou: "A casa amarela onde moravam umas moças metodista foi o antigo hospital de Muriaé e também residência e consultório do Dr. Evaristo."

Ela fica na rua do Supermercado Pioneiro. Exatamente onde hoje tem aquele prédio ficava a padaria do pai de Mirian e a sua casa ao lado.
Uma seguradinha no trânsito para fotografar o Grande Hotel Muriahe.
"A edificação do Grande Hotel Muriahe, datada de 1904 e tombada em julho de 1997, sofreu um incêndio em 1998. As obras de restauro e revitalização foram concluídas e o edifício encontra-se em funcionamento desde maio de 2009. Na edificação funciona o Centro Cultural e Turístico Dr. Pio Soares Canêdo, a Escola Municipal de Artes Visuais Moacyr Fenelon, e a Escola Municipal de Audiovisual Carlos Scalla. Ainda, abriga uma cinemateca e a galeria de artes Mônica Botelho.
A Casa da Mulher e do outro lado do prédio o Centro de Artesanato de Muriaé  Antônio Moreira. Aqui foi a antiga rodoviária.
Mirian quis registrar  relógio da Praça João Pinheiro, que tem muitas histórias.
Ela também tem lembranças desse prédio.
Estamos caminhando para o consultório odontológico do Dr. Fernando Rogério, subindo a rua do Fórum. O carro ficou na Constantino Pinto.
Não sei identificar o local certo, talvez no terreno onde tem a Igreja Maranata, cujo telhado aparece ali na frente. Dormi uma noite num casarão antigo aqui, que pertencia ao Sr. Manoel Clemente, muito amigo de meus pais. Ele era o pai dos amigos Caleb (S. Domingos), Maria Adélia (Leopoldina).... 
Esse imóvel não resistiu ao tempo. Está sendo demolido.
Chegamos no consultório, fomos atendidos e encerramos o nosso giro pela Muriaé Antiga. Foi gostoso ver a cidade com o olhar de turista.
Essas edificações e outras mais, são protegidas por legislação própria, sob fiscalização da Prefeitura de Muriaé, através da FUNDARTE.
Eu li em algum lugar que: "Sem o cultivo da memória também não há projeção de futuro, pois é impossível arquitetar novos horizontes sem antes conhecer de onde se parte".

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