COISAS QUE NÃO PODEM ACONTECER
A comunidade escolar de Belisário foi surpreendida com a notícia de suspensão do transporte escolar, que traz alunos da zona rural para as escolas estadual e municipal.
Essa nota foi emitida nessa manhã:
Bom dia!
A Secretaria Municipal de Educação, (SME) de Muriaé informa que, em razão da não renovação do contrato emergencial de transporte escolar e da não conclusão do processo licitatório, excepcionalmente, nos dias 21 e 22 de outubro, não será possível fornecer o transporte escolar terceirizado aos alunos da rede municipal.
Nesta oportunidade, informa que no referido período, a SME, juntamente com a Secretaria Municipal de Administração, dará forma alternativa para a retomada regular do transporte.
À noite recebemos a triste notícia, pelo zap, através de dois prestadores de serviço e fomos cedo na Escola Estadual Pedro Vicente de Freitas, onde o quadro era esse.
As professoras estão chegando, enfrentando o barro da estrada, que piorou bastante de ontem para cá.
Em condições normais isso aqui estaria recebendo ônibus e Vans, além dos carros particulares e muitos alunos.
Tavinho, que vem cedo entregar leite, quis saber como ficaria o turno da tarde, quando suas duas filhas deveriam utilizar o transporte, vindas da Comunidade do Serrote.
Recebeu da direção as pequenas informações de que eles dispõem. Houve problema na licitação e assim, o serviço foi suspenso.
Nessa sala até que tinha mais alunos. Contei menos de 20 ao todo. Como a metade da escola estará com dificuldades de vir, certamente que as aulas não ocorrerão normalmente para todos.
Estou registrando um momento histórico. Eles nunca mais voltaram à quadra de esportes desde o início da pandemia. Hoje, com a Professora Laura, estão fazendo isso.
A bola não resistiu tanto tempo parada. Ficou murcha.
Esse acontecimento envolve todo o município de Muriaé.
A informação que tínhamos já há algum tempo é que uma cooperativa foi formada em Muriaé, para participar da licitação do novo contrato que estava vencendo. Houve o processo licitatório e uma outra cooperativa do Estado do Rio teria ganho. Ouvi de alguns cooperados, na época, que a cooperativa regional apresentou um preço muito mais baixo, mas teria sido desclassificada por problemas na documentação, o que eles contestam. Alegam que o site ficou fora do ar e isso lhes prejudicou na hora de apresentarem o tal documento faltante.
O contrato foi sendo prorrogado e ontem caiu a bomba. Para tudo!
A pergunta que não quer calar é a seguinte: onde está a cooperativa que ganhou a licitação? Segundo os cooperados que vinham prestando o tal serviço, ela não dispõe de veículos para fazer o transporte.
Tudo isso me foi passado por um dos lados desse embate. Certamente que a Secretaria Municipal de Educação dará esclarecimentos hoje. Estamos passando essa matéria para a Comunicação Social da Prefeitura, para darmos informações mais precisas.
Vejo isso como algo muito grave. Não consigo imaginar qual seria a reação das famílias da escola privada que dirigi em Salvador, se comunicasse que 50% dos alunos ficariam sem aula, por falta de transporte, caso esse fosse de responsabilidade da minha escola.
O impacto de uma possível perda desses contratos será muito grande para prestadores desse serviço em Belisário O número atual que cada um transporta é o seguinte:
Karisson - 8 alunos ( São Domingos)
João Paulo - 51 " (Pedra Alta)
Nem - 26 " ( C. Fazenda Veiga)
André - 20 " ( Ribada)
Ânderson - 17 " ( Fundão)
Esse cidadãos viram seu negócio ficar sem qualquer rendimento durante toda a pandemia. Um deles me mostrou uma nota de 700,00 para pagar hoje, com manutenção de seu veículo.
Nessas últimas semanas, em que as aulas foram retomadas, de forma semipresencial, passaram a receber, porém com atrasos. O mês de setembro ainda não receberam.
O pagamento do transporte escolar provêm de verba repassada pelo governo federal às prefeituras, que pagam os prestadores da rede municipal e também da rede estadual.
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