VAMOS DAR UM GIRO EM OURO PRETO E MAIS

É  uma cidade encantadora, encravada entre duas cadeias de montanhas, tendo sido o polo de diversos arraiais onde a exploração do ouro era fortíssima, como Tiradentes, Congonhas, Mariana... todos hoje municípios. Isso no final do século XVII e início do XVIII.
Dai a sua primeira denominação de Vila Rica, e foi designada pela coroa portuguesa, em 1720, para ser a capital da Província das Minas Gerais, para administrar aquele vasto território. 
Também foi o berço de artistas, que aqui produziram belíssimas obras do barroco brasileiro, além de ter sido a sede do movimento pela independência do Brasil, a chamada de Inconfidência Mineira, cujo mártir, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, tornou-se o patrono cívico do Brasil.
Ouro Preto foi reconhecida como Monumento Nacional em 1933 e tombada pelo Iphan em 1938 tendo sido declarada pela Unesco como patrimônio mundial em 1980, o primeiro bem cultural brasileiro inscrito nessa condição.
Numa posição de destaque na Praça Tiradentes fica o Palácio do Governo, antiga Casa de Fundição e da Moeda. A sua construção foi contratada, em 1741, tendo sida comandada pelo português Manuel Francisco Lisboa, pai de "Aleijadinho".
Também conhecida como Casa dos Contos, hoje é local de funcionamento de um museu, que fica fechado na segunda-feira. Não pudemos visitar.

É admirável a capacidade da prefeitura de fiscalizar o centro histórico da cidade. Rodamos a pé e de carro por toda parte e não se vê uma única edificação fora do padrão, e todas muito bem mantidas.
Sem preguiça de subir/descer ladeiras.
Famosas são as "repúblicas" de Ouro Preto, casas de moradia de estudantes, que tanto são púbicas, mantidas com verbas da Universidade Federal de Ouro Preto, como privadas.
Os nomes geralmente são irreverentes, como irreverentes são os seu habitantes.
Isso foi fria. Fui ajudar a empurrar um carro quebrado numa ladeira. Os motoristas que aguardaram a liberação da rua decidiram sair do carro para me ajudar, já que eu fazia isso sozinho quando empurrava ladeira acima. Na descida eles apareceram e essa cena minha fotógrafa perdeu.

Abaixo a Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo.

Ela "foi fundada em 1753. Sua primeira reunião realizou-se na Capela de Santa Quitéria, na freguesia de Nossa Senhora do Pilar, no dia 4 de dezembro. De início, suas atividades eram coordenadas na capela desta corporação, que se encontrava em ruínas. Não demorou muito até que as irmandades entrassem em um acordo e a Ordem incorporasse a irmandade de Santa Quitéria.
O início da construção de seu templo se deu em 1767. O douramento dos altares laterais, os dois púlpitos e o douramento do frontão do corpo da Igreja pertencem a Manoel da Costa Ataíde. As obras foram concluídas por volta de 1840.
A Ordem Terceira do Carmo reunia os homens brancos, ricos comerciantes da região, em geral. De todas as irmandades mineiras, ela se destacou como a mais rica e próspera, possuindo vários escravos a seu serviço (houve casos em que estes eram entregues à Ordem como pagamento de dívidas). Além disso, a irmandade emprestava dinheiro a juros".
Coloco isso apenas por ser um dado histórico, mas acho reprovável fazer julgamentos de fatos passados com os olhos do presente.
Por exemplo, queimar estátua de Borba Gato é vandalismo. Mudar nome de obras pública é ideologia rasteira e desrespeitoso para com a história.

Difícil um templo aberto na segunda-feira.
Esses altares abaixo são obras de Aleijadinho. Na cultura atual ele não poderia ser chamado assim, mas sim de Antônio Francisco Lisboa.
A fachada também é do Aleijadinho, digo, do Sr. Antônio.
Esse monumento foi tombado por mim.
Aqui o Museu da Inconfidência, onde funcionou a cadeia pública e a Câmara. Está fechado, sem prazo para retornar.
Mirian amou essa cena.
E quis vir almoçar aqui, no Restaurante Conto de Réis.
Muito charmoso.
Apesar dela ser uma expert na elaboração de um feijão tropeiro, quis comer um.
]
Eu optei pelo frango ao molho pardo. Aqui fazendo as contas para ver como pagar essa farra toda.
Pé na estrada, com direito a entrar em Itabirito, onde terminava meu trecho em que eu comandava a manutenção da chamada Linha do Centro. Pela Variante do Paraopeba o limite era Belo Vale.
Com os filhos pequenos a gente vinha de trem, com outros colegas ferroviários e seus filhos, para comermos aqui filé com mosquito, digo, com palmito.
A cidade hoje tem uma economia pujante.
Não consegui localizar nehum ferroviário aposentado.
Pé na estrada, com destino a BH. Uma parada em Cachoeira do Campo para Mírian comprar alguma coisa de pedra sabão.
Aqui é parada obrigatória, no melhor sorvete do Brasil. Os sabores fortes são diferentes de tudo o que você conhece por ai. 
Mesmo à distância, prova aí.
Segunda o Museu de Miniaturas também está fechado. Chegamos em BH à tardinha e pegamos cedo a estrada de volta pra Belisário, onde estamos, por enquanto, na companhia de Clebinho e Pri.
Meu menino do meio completa hoje 40 anos e veio passar conosco essa data.

Comentários

  1. O cardápio está de acordo com a gastronomia que faz parte do patrimônio imaterial de Minas Gerais.

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  2. Que matéria hein, rica em conhecimento e cultura!

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  3. Parabéns ao aniversariante de 40 anos com direito ainda a ser chamado de Clebinho,
    filho de Cléber, também autor deste fantástico blog e uma das obras primas da mamãe Mirian.

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  4. Amo Ouro Preto! Quero muito voltar lá. Não conhecia esse famoso sorvete.
    Paranaense pelas linhas fotos e registros do local!

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