DEIXANDO O RIO

 Eu já estava com saudades dela. Fomos para Salvador e a deixamos quase 20 dias aqui sozinha nessa garagem fria na Tijuca. Nunca estivemos tanto tempo longe um do outro.

Por volta das 11 horas dessa quarta começamos a deixar o Rio. Na região do cais do porto, com a Ponte Rio-Niterói ao fundo.

Já na Linha Vermelha.

Esse pousando no Galeão é dos grandes. Mirian não perdeu.

Entrar à direita para passar por Teresópolis, Muriaé e Belisário.

E quem lhe falou que vamos para Belisário?

Subindo a Serra de Petrópolis, na BR 040.

Em Petrópolis, passando pela Casa do Alemão, antes ponto obrigatório de parada para as viagens Rio-JF.

Vamos entrar na Cidade Imperial. Ela foi fundada por iniciativa do Imperador Dom Pedro II, daí o seu nome  Petrus Pólis , "Cidade de Pedro"

Aqui foi construído um palácio de verão, inaugurado  em 1847, e assim a cidade passava a ser a capital do império durante o verão. Dom Pedro II governou por 49 anos e em pelo menos quarenta verões Petrópolis se tornou capital.

Vou realizar um sonho de inverno, conhecer o Quitandinha, e vou lhe mostrar tudinho.

Nem estacionei o carro. Dei mais um giro para Mirian pegar essa noiva segurando o vestido, caminhando rápido para fazer fotografias no local.

Vou melhorar a informação. Não vou apenas conhecer o Quitandinha. Nós vamos nos hospedar aqui. É que o ex-chiquérrimo hotel/cassino teve as suas dependências transformadas em apartamentos e Célia e minha irmã, deixou o Rio e alugou um aqui.

A foto não ficou bonita como é o local, muito verde.

É tudo muito chique. Com certeza é o espaço mais distinto do Brasil. A sua história é bem longa e rica. 

Olha esse piso!

Os apartamentos são amplos e tem um acabamento bem retrô.

Um privilegio de vista deitado na cama.

Aqui era o ponto onde Getúlio Vargas pousava em seu helicóptero para se hospedar no Quitandinha. Os seus aposentos ficavam embaixo do apê de Célia.

Um pouco mais de história:

O Quitandinha foi construído em 1944 por Joaquim Rolla, para ser o maior hotel cassino da América Latina. O terreno era propriedade do engenheiro-chefe e vice-diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil, cuja irmã, Margherita, se casou com Joaquim Rolla. 

Possui 50 mil metros quadrados e seis andares, divididos em 440 apartamentos e 13 grandes salões com até 10 metros de altura. A cúpula do Salão Mauá é a maior cúpula em concreto do mundo, medindo 30m de altura e 50m de diâmetro.

Passaram por seus salões estrelas do porte de Henry Fonda, Greta Garbo, Carmen Miranda, Walt Disney, e políticos como Getúlio Vargas e Evita Perón, o presidente dos Estados Unidos  Harry S. Truman, em 1947. Nas suas dependências ocorreu a assinatura da declaração de guerra dos países americanos ao Eixo, durante a Segunda Guerra Mundial. 

Em 30 de maio de 1946, o presidente Eurico Gaspar Dutra decretou a proibição do jogo no Brasil. Sem o cassino começou a perder para concorrentes da época como o Hotel Glória e o Copacabana Palace Hotel. Em 1962 o Palácio Quitandinha deixava de funcionar como hotel.

Seus apartamentos foram vendidos por Joaquim Rolla a partir de 1963, e o famoso hotel tornou-se então um sofisticado e singular condomínio na cidade de Petrópolis. 

Sua administração da área social e histórica foi terceirizada ao Sesc.

O Palácio Quitandinha ainda é conhecido como o maior e mais legítimo palácio do Brasil e, ao lado do Colón (Argentina), como os maiores da América Latina.

Vou lhe mostrar mais coisas bonitas daqui, só não sei quando.