ALMOÇAMOS NESSA SEXTA NA CASA DE VINÍCIUS

Partimos do Horto para eu realizar um grande desejo. Foi uma pena o dono da casa não estar presente, por motivos óbvios.
O mar bem revolto nessa época de inverno. 
Ao fundo a Praia da Itapuã.
E aqui o Farol de Itapuã, construído em 1873. 
Muito difícil de fotografar. Muita umidade no ar e forte ventania.
Aí o nosso destino.
Almoçar na Casa de Vinícius de Moraes. Guardo comigo uma experiência fantástica. Quando trabalhava no IPAC, ligado à Secretaria de Cultura e Turismo do Estado da Bahia, foi organizado, nessa calçada, um show, no final da tarde, com Toquinho no violão.
Passar uma tarde em Itapuã, ao sol que arde em Itapuã, ouvindo justamente Toquinho, é algo inesquecível.
Ao seu lado, no show, Gesse, uma das 9 mulheres de Vina, a "Morena Flor" ( "Me dê um cheirinho cheinho de amor. Depois também, Me dê todo esse denguinho que só você tem."
Vinicius morou aqui com Gesse e sabe-se que ele morria de medo de avião e assim se deslocava do Rio para Salvador somente de ônibus.
Exatamente nessa hora, 20:45h) recebi um áudio do amigo Dr. Antônio (Gilca), um dos maiores entendedores de MPB que conheço, me aconselhando a assistir uma série sobre Vinicius, na Netflix. Eu juro que iria encerrar essa matéria desafiando-o e virem conosco na minha próxima vinda a Salvador, para almoçarmos aqui, além de muitas outras coisas mais. Agora eles vêm.
Não gosto de perder nada. Essa belas mocinhas me chamaram a atenção com essas camisas. Como bom mineiro, bem abaianado, pelos 15 anos aqui vividos, logo quis saber do que se tratava.
Ana Paula me explicou que vieram comemorar a vacina que receberam. Com essa carinhas de adolescentes, elas devem ser médicas e assim receberam a vacina numa condição especial.
Só faltou Alice, cheia de compromissos no condomínio..
No som ambiente, apenas Vinícius, é claro. Poesias e letras de músicas para todo os os lados, até no vidros.
Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração
Enquanto os pratos não chegam, vamos visitar o museu.
Olha que gata a Gesse (Morena Flor).
Soneto da Fidelidade.

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto durehttp://
Daqui saíram muitas maravilhas que são cantadas ao longo de décadas.
Tem mais de uma carta aqui exposta, remetida pelo nosso poeta mineiro Carlos Drumond de Andrade, de quem Vina era amigo.
Esse violão tem muitas histórias.
Não deu para entrar em seu quarto, que é alugado para hóspedes.

Não fosse o mau tempo aqui estariam as mesas.
Esta era a vista que inspirava o poeta.

Num ambiente requintado como esse, tem de se comer algo requintado como lagostas, camarões e ostras. Para os meus leitores que quiserem eu mando meu PIX para me ajudarem nessas despesas.

Um velho calção de banho
O dia pra vadiar
Um mar que não tem tamanho
E um arco-íris no ar
Depois, na Praça Caymmi
Sentir preguiça no corpo
E numa esteira de vime
Beber uma água de coco
É bom!
Passar uma tarde em Itapuã
Ao Sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã
Enquanto o mar inaugura
Um verde novinho em folha
Argumentar com doçura
Com uma cachaça de rolha
E com o olhar esquecido
No encontro de céu e mar
Bem devagar ir sentindo
A terra toda rodar
É bom!
Passar uma tarde em Itapuã
Ao Sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã
Depois sentir o arrepio
Do vento que a noite traz
E o diz-que-diz-que macio
Que brota dos coqueirais
E nos espaços serenos
Sem ontem nem amanhã
Dormir nos braços morenos
Da Lua de Itapuã
É bom!
Passar uma tarde em Itapuã
Ao Sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã


Comentários

  1. 👏👏👏👏👏👏👏👍👍

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  2. Adorei “belas mocinhas” e “carinhas de adolescente” apesar dos nossos 43 anos!

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