Há poucos
dias, aqui em Miradouro, MG, numa corrida de taxi, o dedicado e inteligente
motorista, até "psicólogo", sr. Hélio Braga, me perguntou se eu
conhecia o artesanato do sr. Waltinho. Não, respondi. -Ah! Sei que a sra. gosta
muito de trabalho de arte popular, principalmente aquele feito para
aproveitamento de restos descartados e que costuma até render um dinheirinho
bom. O tal reciclado.
Nem pensei duas vezes: - e onde mora o tal artesão?
-Ali, saindo daqui da Praça Santa Rita, virando à esquerda e depois à direita,
no morro da caixa d'água. - Pois, então, vamos lá?

E foi aí, na Rua Agostinha Angélica Alves (irmã de minha mãe), nº 31, que encontrei WALTER JOSÉ DE SOUZA (Waltinho), o artesão.
Ao ser apresentada como tendo sido incentivadora do artesanato em Belisário (distrito de Muriaé que faz grande divisa com Miradouro), o nosso Waltinho foi mostrando contentamento, contou que também era de Belisário e que tem ainda alguns parentes por lá. Os apelidados Pedro, Silvério Pedro, João Pedro, etc, e um primo, que também é dos Souza, o grande empreendedor Paulino Balbino, que foi seu colega, aqui em Miradouro, estudando no ginásio Ernesto Luz. Eram alunos de Elzi Campos, minha prima Zizi, filha de tia Agostinha.

E continuou: “pois é, nasci em 18 de março de 1952, filho de José Onofre
de Souza e Efigênia Geralda de Jesus, vim menino para Miradouro, aqui me tornei
carpinteiro e depois marceneiro. Casei com Terezinha Gonçalves (na foto com
ele) e tivemos os filhos Daniel e Sérgio, que moram no Rio e trabalham num
mercado em Jacarepaguá. Waltencir, falecido, vítima de desastre de carro, nos
faz uma falta indescritível. Temos duas filhas, Jaqueline, que tem um bar perto
de nós na rua principal e a caçula, Janaína. Todos já são casados e temos cinco
netos. Há mais de três anos que o sr. Waltinho não pega mais encomenda de
móveis. Aposentado, recebe também aluguel de algumas casas que tem por ali.
Conversamos na rua, porque eu não podia subir a escada. Waltinho iniciou sua
carreira como artesão começando com carros de boi, engenhocas, casinhas mais
simples e hoje faz palacetes, tudo isso sendo um remédio que encontrou para
distrair da lembrança do desastre que levou seu filho, sendo isso um dos
milagres da arte. Ele já fala até em adquirir algumas outras ferramentas para
seu atelier, a fim de favorecer seu trabalho e melhorar a qualidade

A mulher do papagaio aí na rua, juntou-se ao grupo. É uma simpática
senhora que colocou seu papagaio no meu ombro, dizendo eu sou Cintia, trabalho
no Zé Heitor (este meu primo também).
Meu papagaio se chama Nino.
Mas o mais importante é mostrar as obras do Waltinho.
É incrível a riqueza de detalhes de sua obra.
Cleber chegou a me perguntar se isso era um acordeom de verdade.
Gosto de valorizar o trabalho de um artista e este é um deles. Vá em frente, Waltinho! O mundo precisa de arte.
Nina Campos
Parabéns! Lindo, perfeito!! Parabéns pra dona Nina, sempre incentivando os artistas !!
ResponderExcluirEm Miradouro também tem uma Rua que vale a pena mostrar. Ali mora um artesão de flores, de nome Ivan e há flores por todo lado na rua.
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