Aos 89 anos, D. Maria Rosa da Silva, nascida em 30/08/1930 veio a óbito, após ser internada no Hospital São Paulo, na noite de terça, aparentando uma fortíssima pneumonia, com dificuldades de respiração.
Ela faz parte da história de nosso distrito, tendo sido bem amparada, ao longo dos anos.
Solange e Adailton passaram a dar apoio a ela e ao filho Antônio, a pedido do seu procurador José Calais.
E desempenharam muito bem esse papel. A eles e a todos que a assistiram ao longo desse anos o nosso respeito.
Atendendo pedido de Mateus, a funerária Pax José Schittini deu toda a cobertura necessária e o corpo está sendo removido para Belisário, devendo aqui chegar por volta das 13 horas. Em face da falta de tempo para melhor análise do quadro clinico, não haverá velório. O enterro acontecerá imediatamente após a chegada do corpo no cemitério.
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Como postado aqui, quando o quadro de saúde de D. Maria piorou, um grupo de belisarienses, aqui residentes bem como de outras cidades e estados, se mobilizou, o que permitiu uma arrecadação para garantir qualidade de vida para D. Maria e seu filho.
Um saldo está sendo usado nas despesas agora e a comissão decidiu repassá-lo para o casal cuidador. Aqueles que assumiram compromisso devem fazer a contribuição desse mês e vamos aguardar já que a Secretaria de Desenvolvimento Social está com processo em andamento para garantir O Benefício de Prestação Continuada-BPC para o Antônio.
Sobre Maria Mulata, Mírian escreveu:
Hoje fiquei pensando nos seres humanos invisíveis.
Pessoas que a gente passa por elas anos a fio e não sabe nada da sua história.
Pessoas que mal sabemos o nome e parece que elas não existem.
Fiquei assim,
refletindo sobre a vida da dona Maria,
que não sei o sobrenome, mas sei
que era "mulata". Pensei até no apelido preconceituoso e racista
recebido, provavelmente, em um tempo que
felizmente, espero estar ficando no
passado e para lembrarmos com vergonha, o tempo da escravidão e do preconceito
racial. Esse último, vergonhosamente,
ainda arraigado em nossa sociedade.
Quem foi a dona Maria, dentre tantas Marias do nosso distrito? Por
que usava aquelas touquinhas que a deixava com ar de bonequinha de pano do
passado. Em que momento passou a usá-las? Será que as ganhou e achou que
usando-as ela ficaria mais bonita? Será
que para esconder o cabelo de que não gostava?
Dona Maria foi casada, amou alguém, foi feliz? Como viveu e cuidou
do filho, sempre junto dela, naquela porta da casa?
Dona Maria,
a "mulata", partiu com 89 anos e não sabemos quase nada dela...
Nossa semelhante,
nosso próximo e tão distante de nós...
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Refleti muito sobre o que dra. Mirian escreveu acima a respeito de Maria Mulata. Realmente, tantas vezes a vi e nunca me aproximei. Eu vivi ai tão próximo e ao mesmo tempo tão distante dela e de seu filho... que pena, me desculpem. Que descanse em paz !
ResponderExcluirA Solange e esposo e família nosso reconhecimento, parabéns pela atitude de cuidar d DN Maria e seu filho Antônio, não tem dinheiro no mundo que pague o que eles fizeram por ela, só Deus pra lhe dar a recompensa, ninguém pega um compromisso desses por tão pouco "pagamento"
ResponderExcluirNem chega ser um pagamento e sim uma gorjeta q fala neh?
Que Deus abençoe essa família..
Simone Oliveira-Belisário
Que Deus a tenha em seu reino, e que Jesus abençoe a todos os Belisarienses que foram solidários e ajudaram dona Maria, para ter um final de vida digna, Deus lhes pague
ResponderExcluirLucas Rocha
Que ela descanse em paz! Que Antônio continue tendo o apoio do povo Belisarense nesse momento difícil.
ResponderExcluirValdinea
Sempre tenho na memória que, as pessoas pessoas que vivem em comunidades pequenas percebem mais cedo a finitude da vida. E essa me parece um experiência muito positiva, posto que nos alerta precocemente que alguma dia teremos que passar pela experiência da morte. É claro que lamentamos uma morte prematura, mortes por acidentes - a exemplo recente do jovem Edimar- e outros situações de mortes evitáveis. Por outro lado, falando de um ponto de vista exclusivamente pessoal, não tenho nenhuma dificuldade, nenhum constrangimento em admitir que, a partir de certo ponto, a vida já não mais vale a pena de ser vivida. E esse me parece ser o caso da Dona Maria Mulata. Com todo respeito à tristeza dos familiares de Dona Maria, apresento a eles meus sentimento de pesar. E, ao mesmo tempo, aproveito para convidá-los a uma aceitação natural dessa perda inevitável. É bem provável que Dona Maria tenha tido uma vida de privações, porém, restou-lhe, no fim, um mínimo de conforto proporcionado pela solidariedade dos bons corações.
ResponderExcluirComo suas palavras nos fez refletir Miriam! E exatamente assim. Por que esse apelido?
ResponderExcluirDescanse em paz dona Maria!
E aproveito para apresentar calorosos parabéns à Dona Mírian, tanto pela pertinência da abordagem como também pela elegância literária do texto.
ResponderExcluirQue Deus recompense a todos que ajudaram a dar um final de vida digna a dona Maria, a Solange, Mateus, ao diretor José Antônio que sempre ajudou no anonimato como tantos outros. Nesse difícil momento que vivemos, nos faz refletir ainda mais sobre o que é ou não essencial em nossa vida e no cuidado com o outro. E que não falte cuidados semelhantes para o filho Antônio.
ResponderExcluirLenir - Rosário da Limeira
Maria J Pena Dr Mídia e D Nina
ResponderExcluirFoi uma falha não termos entrevistado D,Maria e nem saber p usava o Boné ,
Mais o importante é quê Ela teve uma vida sempre em paz ,
Sempre q Eu passava cumprimentava
e Ela me pedia um pão,
Eu atendia seu pedido ,
Nunca conversei muito com Ela,
Comigo Ela nunca teve muito assunto,
Acho importante a paciência q Ela teve com uma vida humilde nunca soube q Ela Reclamasse
Peço q Deus Abençoe Solange por este Ato de Solidariedade com todos q te ajudaram
Não só hoje ,Mais. Sempre fomos Amiga e vizinha ,
E tal vez você nem se Lembra ,
Eu peguei leite Materno com você quando tava aumentando o Túlio,
Pra colocar no olho ,
Tava um Virus de conjuntivides.
Dona Maria e seu filho Antônio eram quase um adorno para a entrada de Belisário. Sempre que eu chegava acenava e recebia de volta o cumprimento. Estavam sempre ali.
ResponderExcluirMas a vida é transitória. Tem fim.
Imagino se existe o conceito de vida completa... Morrer com 89 anos, com 67, com 36... Não há um fim definido. Pode ser a qualquer momento.
Que Deus te abençoe Dona Maria Mulata.
Erros em palavras
ResponderExcluirDr Mirian
Amamentando
Lindo texto da Miriam. Descanse em paz, Dona Maria.
ResponderExcluirQue texto lindo, Miriam! Que Deus conforte a todos port essa perda.
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