VOLTAR PRA TRÁS NÃO PODE

Temos algumas expressões muito próprias da zona rural. Essa é uma delas, como se fosse possível voltar pra frente.
Mas foi essa a expressão que ouvi ontem aqui, em referência a uma triste notícia de que o Tribunal de Justiça de Minas está com uma proposta de fechamento de todos os cartórios deficitários, dentro do Estado.
Isso atinge os distritos rurais e, claro, o nosso Cartório de Registro Civil. Casamentos, registros de nascimentos, óbitos, reconhecimentos de firmas, autenticações de documentos ... Tudo isso ficaria prejudicado.
A abertura de um cartório aqui foi uma comemorada conquista, datada de 1944, como consta da foto do primeiro tabelião, Sr. Roldão Pimentel.
A sua primeira mesa e alguns equipamentos de seu uso estão no Museu de Belisário, como relíquias de uma conquista da comunidade.
Trata-se de uma possibilidade que vem ganhando força, a partir de um parecer, nesse sentido, do Corregedor Geral de Justiça, o Desembargador José Geraldo Saldanha Fonseca. Causou-me perplexidade uma sua manifestação no referido documento "... a pequena população distrital não ficará prejudicada na hipótese da extinção da Serventia, pois contará com o mesmo serviço no Município de Muriaé, distante 33 km do Distrito, por certo onde se desloca para usufruir os demais serviços públicos oferecidos pelo Estado e pelo Município".
Manifestação infeliz de V. Excia. Então poderiam fechar a UBS, a Escola Estadual e a Escola Municipal, já que todos esses serviços também são prestados na sede do Município.
Segurança eu nem digo já que já não dispomos desse serviço por aqui, agora nem mesmo através da RVP-Rede de Vizinhos Protegidos, uma rede de comunicação da qual a PM já se ausentou, sem qualquer comunicação prévia, depois de ter sido implantado de forma tão responsável pelo então Aspirante, hoje Tenente Wesley.
Esperamos que forças políticas hajam para impedir tal retrocesso. Que haja inteligência para se achar uma solução melhor e menos traumática para a questão.

Fico imaginando noivos que hoje vêm da zona rural com uma roupinha própria, com parentes e amigos para testemunharem o casamento civil,  passarem a descer de ônibus pra fazerem isso em Muriaé. É mais certo que descerão sozinhos, de ônibus ou num carro único com um casal de padrinhos. Mais padrinhos, pais, e outros, agora somente no Igreja.
Quanto passará a custar um reconhecimento de firma se o cidadão tiver de gastar duas passagens de ônibus?
O mais estranho foi saber, através de uma tabeliã de um cartório superavitário, de outra cidade, que esses cartórios pagam 5% de suas rendas para subsidiar os cartório deficitários e que o Estado de Minas não anunciou que irá deixar de descontar essa taxa dos superavitários, ou seja, deixa de pagar e continua recebendo? Está estranho.
Vamos torcer para forças se juntarem para impedir isso. 
Repito: voltar pra trás nunca

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