UM DIA DE GRANDES EMOÇÕES

Recebi o convite já há meses, mas não imaginava que estaria em SP na data. Assim consegui aderir. Nesse sábado, antes das 8 h coloquei o carro na Rodovia Bandeirantes. Com o santo waze, peguei o endereço e o resto é com ele. Serão 145 km.
Nas estradas paulistas isso é mole a velocidade permitida de 120 km/h. São mais de 25,00 de pedágio, mas não tem as curvas da morte do belvedere na chegada de Muriaé, a curva da "tombadeira", a da "pratinha", as horrorosaS pistas mortais da BR 116 próximo a Miradouro...
E cá estamos, em Piracicaba. Pelo  endereço que João Guimarães me deu é aqui.
Deixando de suspense, vim participar de um Encontro Anual  de Granberienses do sudeste de SP, ou seja, de ex-alunos do Instituto Granbery da Igreja Metodista, em JF.  Vou fazer a minha inscrição.
O sorriso do amigo Tiago já compensou minha viagem.
O encontro aconteceu na casa de Sylvana. Ela foi esposa do inesquecível Dr. Elias Boaventura, ex- Reitor da Universidade Metodista de Piracicaba e uma referência entre os educadores nacionais. Uma figura humana fantástica, conhecido pela forma contundente com que defendia aquilo em que acreditava. Esse "fera" era natural da nossa vizinha cidade de Coimbra. Com certeza o seu mais ilustre cidadão. 
Nas reuniões e concílios em que participei, quando Elias pedia a palavra eu logo pensava: lá vem bomba.
Sylvana foi sua grande parceira.
Essa pessoa eu conheci agora. Ela é a pastora Laurilene, da Catedral Metodista de Piracicaba, juntamente com o seu marido, Rev. Osvaldo Elias, e com detalhe que enriquece o seu curriculum: foi pastora da Igreja Metodista da Barra, em Muriaé, e nessa condição pastoreou também a Congregação Metodista em São Domingos, uma comunidade de Belisário.
Vamos à abertura do evento. A querida Suzana Maia é a Presidente da Associação de Granberienses do Sudeste Paulista, promotora desse encontro.
Praticamente, todos aqui fazem parte de minha história de vida. Ela foi contemporânea minha e de Mírian na Metodista Central, em JF, juntamente com o namorado, depois marido, Dr. Almir Maia, 
ex-Reitor da Universidade Metodista de Piracicaba e uma referência entre educadores brasileiros.
Essa a programação do dia.
Em cada um desses encontros há a abordagem de um tema. Neste a opção foi pelo debate em torno da água. A abertura da devocional se deu com esse cântico.
E os pastores Osvaldo Elias e Laurilene conduziram a Festa do Ágape ou Festa do Amor, uma bonita cerimônia, que não se confunde com o Sacramento da Eucaristia, mas guarda semelhança. O pão simboliza o sustento que vem de Deus e a necessidade de nos solidarizarmos com o outro na partilha. A água também é servida, essencial que é para a vida na terra, simbolizando também a pureza.

Mais do que nunca as preocupações se voltam, em todo mundo, para a água. Isso será bem discutido aqui.



E todos participam dessa celebração, recebendo o pão e a água.
O que não se dá em copinhos descartáveis, como de costume. Todos ganharam de presente uma caneca de latão, para esse ato, e para utilizá-la daqui por diante, em substituição aos descartáveis.
Com o título O Corpo Humano e a Água, os professores e pastores Ely Éser e Sérgio Marcus conduziram uma reflexão  com 5 questões por eles levantadas. A democratização do uso da água, que tem o seu volume definido na terra, enquanto a população cresce, quais as possíveis alternativas para se evitar a sua escassez num futuro próximo, como equacionar o uso econômico da Amazônia sem destruí-la pela produção agrícola e pela pecuária de corte desenfreada, o que fazer diante dos milhões de hectares desmatados nas florestas tropicais com dizimação de espécies e finalmente, como agir contra o uso desenfreado do plástico. 
Ambos têm uma grande contribuição oferecida à Igreja Metodista. Rev. Sérgio, doutor na área de educação, foi Reitor do Granbery e o Rev. Ely Éser  foi um grande professor da Faculdade de Teologia, sendo doutor em Novo Testamento. Uma autoridade da Teologia Metodista.
O querido amigo, Rev. Tércio fez uma homenagem ao Ábner Ramos, o queridíssimo "Biné", granberiense que faleceu esse ano. Também foi reverenciado o nome de Wilson Guerriero, outro ilustre granberiense, que se despediu de nós.
Também se manifestou o Rev. Santana. Que satisfação reencontrar esse amigo dos Paradelas, ex-colega de meu pai! Tem uma trajetória de vida muito bonita. Muito pobre, um humilde engraxate, portador de uma bela voz, foi desafiado pelo Rev. Firmino (veja aí, Henrique, mais uma de seu pai) a ser pastor metodista. E fez isso muito bem, tendo também trabalhado por 15 anos no Ministério da Justiça, em Brasília, na defesa da igualdade racial.
Grande Dr. Netcliff, médico em SP, que está sendo agraciado com o "G de Ouro", como reconhecimento pela sua relação com o Granbery, onde foi professor a partir de 1969, exatamente no ano que lá entrei como aluno do internato, no 1° Científico. Ele ingressou na Igreja Metodista em Carangola, onde também nasci, no ministério de meu pai. Ele e as irmãs conviveram com meus irmãos mais velhos, naquela cidade. 
É muita emoção, é muita gente querida que faz parte de minha história de vida.
O Rev. Sérgio faz doações de medalhas e do"G de Ouro" que seu pai, que se tornou médico, ganhou como atleta do Granbery. Irão para o Centro de Memória  Dr. Almir Maia.
Sempre emocionante cantar o hino em referência ao sino, que regulava a vida dos alunos do internato.
sino, logo às seis horas
Faz a turma levantar

Leva à classe, à mesa, aos campos,

Depois faz "tudo" ir deitar.

E o Sino sempre a bater,

Faça frio, faça calor,

Dirije a turma inteira

Pensando que é Reitor.

Bate sino até cansar,


Toque sino até quebrar...

Sinto um arrepio

Porque já faz frio...

Bate inda mais, toque inda mais

Hás de arrebentar...

............
............
O sino se encontra na sede da Associação dos Granberienses, na Rua Batista de Oliveira, defronte ao colégio. Eu o mostrei em matéria anterior. 
Parabéns aos organizadores desse encontro.
E à dona da casa.
Foto oficial.

São os ex-alunos que saíram do Granbery e ingressaram na Faculdade de Teologia.
Só as meninas.
Sylvana, como boa descendente de libaneses, preparou uma comida típica das arábias.
E todos ainda ganharam um brinde em sorteios.
Reverendo Santana e eu ainda recebemos homenagens pelos nossos aniversários. Ele dia 26 e eu na data do encontro, dia 27.
Com direito a soprar velas.
O Reverendo Tércio faz uma oração de despedida. Confirmando a íntima relação com essa turma, a primeira paróquia do Rev. Tércio foi a recém-criada Igreja Metodista Bispo César Dacorso, em Cachoeiro de Itapemirim, nos anos 60, por ação de meu pai, então pastor da Igreja Central. 
Caminho de volta para SP, onde cheguei às 17 horas.
Ainda tivemos um jantar peruano comemorativo dos 66 anos, com os filhos Clebinho e Pri, Bianca e Tiago.
E antes das 8h pegamos a estrada de volta para Belisário, como sempre optando pela passagem pelo Sul de Minas. Um lanche no Ganso, em Lambari.
Estamos dando carona para os amigos Fernandinho e Natália, com Luiz Felipe. Eles não conheciam esse percurso. Amaram o espaço.
Olha o bom humor deles.
Vamos fazer o serviço perfeito afinal, Verdade e Perfeição devem ser as metas dos granberienses. A amiga Natália não conhecia JF e assim saímos da rota, pela Avenida Brasil, que beira o Rio Paraibuna e entramos na Avenida Rio Branco, para ela conhecer um pouco da cidade. Então vamos passar pelo Granbery e fechar a matéria com ele!
Para provar que não é fakena mão uma foto com o programa do encontro de Piracicaba.
E outra do campo, mesmo que pela grade.
Opa! não vou deixar isso passar em branco. Entre Leopoldina e Muriaé fomos surpreendidos por um tatu na pista. Freei bruscamente e desci para sinalizar para os carros e consegui poupar a sua vida, acompanhando-o até se embrenhar no mato. Preservar as espécies foi tema de nosso debate no encontro. Lembra que falei isso?
Agora em casa, em Belisário, conseguimos fechar essa longa matéria. A viagem, com tantas paradas e desvios, demorou 12 horas. Não estávamos com pressa.
Muitíssimo obrigado aos organizadores do evento em Piracicaba. Foi muito agradável rever tanta gente querida, amigos de muitas décadas.

Comentários

  1. Excelente reportagem, Cleber. Vc foi completo, nas imagens e nos comentários. Anote aí: não deve faltar ao encontro em 2020! Esperamos você, com a família e tudo! Parabéns, amigo, parabéns.

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  2. Um relato detalhado e fotográfico, do Encontro anual dos granberyenses em 27/07/2019 realizado em Piracicaba. Comentou de tudo que ocorreu no Encontro. E pelos relatos, vivenciamos novamente com emoção o Encontro.
    Parabéns e obrigada.

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  3. Que belezura!
    Parabéns pela matéria. Fico encantada com todas que você faz, pois elas nos transportam para os lugares retratados.
    Sobre os granberienses, estamos precisando nos reunir com força e defender o Granbery dessa gestão horrorosa que irá destruí-lo em pouco tempo.
    Toda a sua mítica está caindo por terra e o ensino perdendo a qualidade.
    Uma tristeza sem fim.
    Gostaria de fazer alguma coisa para mudar isso.
    Obrigada, primo.
    E parabéns,mais uma vez, pela competência na postagem.

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