UMA VIAGEM TRISTE PARA A BAHIA

Anunciamos na última matéria a nossa correria ao recebermos, na noite de segunda, a triste notícia do falecimento do amigo Omar Chaves. Conseguimos comprar as passagens para um voo no início da tarde de terça. Os sobrinhos Flávia e Víctor encontraram-se conosco no Aeroporto do Galeão, para ficarem com o nosso carro. Não poderíamos deixar de vir abraçar a família, também nossa família, após ter André se casado com a sua filha, Mariana.
Dessa vez não prevaleceu a máxima: "sorria! Você está na Bahia!"
Como falei, Omar faleceu mineiramente, passeando na sua terra Natal Araxá, jogando truco num bar, rodeado de amigos de infância, comendo pão de queijo. Um infarto fulminante o separou de nós.
Um avião foi fretado, trazendo o corpo para Salvador. O velório aconteceu nessa manhã de quarta, no Cemitério Jardim da Saudade, seguido de uma missa e a cerimônia de cremação, muito bonita por sinal.

Muito lindo esse espaço para se deixar pessoas queridas. Estive aqui por muitas vezes para fazer isso.
O crematório permite uma cerimônia muito suave, que traz conforto para os que ficam. Essas fotos não são minhas. Tirei do site.
Na matéria anterior postei essas duas fotos.



Mas foram muito mais. Desde o início do namoro de André tivemos muitos momentos juntos. O Natal geralmente era em sua casa, mesmo depois que retornamos para Minas. Aniversários, nascimentos de netos, finais de semana em sua casa na Praia de Sauípe... 
A família Cotrim Chaves é muito querida nossa. A matriarca, bisa Carmita passou por mais esse baque na vida. Ela tinha paixão pelo genro.
Juntos também na Copa do Mundo.
Na virada de ano.
Muitos encontros em volta de uma mesa.
Era um grande gozador. O que será que está aprontando com a sogra?
No batizado de Alice, com todos os meus e seus filhos e netos.
Momentos que antecedem o nascimento de nossa neta Alice, no Hospital Aliança.
Foram anos de intensa relação e ele vai nos fazer muita falta.
Pedimos aos céus o conforto para a família, principalmente para a esposa Helma. Tinham eles uma linda relação e uma fortíssima parceria.
Na cerimônia de cremação tivemos bonitos pronunciamentos como o de Mariana Morgenrorth, valorizando o super-avó que Omar foi.
E o de meu filho André, que assim se manifestou:
"Omar partiu para sua última viagem. Uma viagem inevitável e diferente porque definitiva e porque dela Omar nada levará, senão a certeza de uma vida plena, em que tudo que quis, fez e teve. A viagem que Omar preparou planilha a vida toda, porque sabia que chegaria a data deste embarque.
A hora chegou, Omar partiu e ficamos nós aqui, incrédulos. Mas a partida não poderia ter sido diferente, por mais que gostaríamos de ter tido aquela última oportunidade, aquela última despedida, aquela última risada, aquela última viagem. Não seria Omar se não tivesse partido assim, de repente, sem dramas, hesitações, nem muitos avisos prévios. Fez como sempre fazia. Omar foi lá e pronto. Resolveu essa viagem, que era só sua. Por mais que busquemos explicações, angustiados pela ausência de lógica aparente nessa vida, não tinha outro jeito. Era para ter sido como foi. Omar nunca quis estar no centro das atenções. Não era dado a tal vaidade. Seu papel neste mundo era outro, e o executou a vida inteira com maestria. Omar organizava tudo, sem precisar mexer com mais ninguém. E, para isso, se valeu de todas as suas qualidades, que fizeram dele um exemplo de pai, marido, avô, sogro, genro e amigo, e também dos seus defeitos que, posto em lupa, eram também algumas de suas qualidades, como ser metódico e insistente. Omar foi mesmo uma grande companhia nesta vida, e, como um dos personagens principais, com atuação digna de Oscar, não haverá de ser esquecido, porque está na parte central da história de cada um de nós. Não será esquecido mesmo!
Enfim, mesmo com o nó na garganta, a hora chegou mesmo, e ele foi para sua viagem, a última de todas, e agora pedimos a Deus que o acolha em seus braços e reserve um lugar muito especial para essa pessoa incrível.
Nós aqui vamos seguir em frente, como sei que ele nos orientaria, mas a saudade será eterna, porque não tem jeito mesmo. Nada poderá apagar.
Vai com Deus, Omar, e força para todos nós!"
Mariana foi muito forte e de improviso prestou uma belíssima homenagem ao pai.  
Muita emoção causou à família as manifestações de carinho por parte de seu amigos de Araxá. Queriam muito velar o corpo por algum tempo também naquela cidade, o que não foi possível. Um emocionante vídeo mostra esse grupo aplaudindo Omar enquanto o avião decolava, no aeroporto da quela cidade.

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