A TOURADA DO TIMBUCA VOLTOU.

O caminhão com uma voz rouca e inconfundível anuncia algo pelas pelas ruas de Beli.

É o Timbuca. Uma figura muito especial, que já faz parte da história contemporânea do distrito.

Já há muitos anos ele circula pela região trazendo um espetáculo que agrada ao povo. Já fiz matéria com ele onde destaquei o respeito e mesmo o carinho que as pessoas têm para com ele. Timbuca não tem bois de sua propriedade para o espetáculo. Chegando no lugar procura os pecuaristas, que lhe emprestam os animais.  Fico imaginando se fazem isso com qualquer um, principalmente pelos riscos a que são expostos os bichos.

Hoje os bois, garrotes e vacas são de propriedade de "Tão". Timbuca circula com eles no caminhão. Já estou dando uma olhada, pois pretendo montar num deles essa noite.

Por falar em gado, veja que bela cena essa do por do sol, com o gado pastando.

Fui à noite com o compadre Tuti. Mas não vou publicar as fotos. Ficaram muito ruins. A câmera ficou em SP  e até hoje não recebi nem mesmo o orçamento. 

Essa é D. Penha, mulher de Timbuca. Ela tem 59 anos e está com ele nesse negócio há 46 anos. Como se vê, estava com 13 anos quando passou a acompanhá-lo. Timbuca começou na tourada com 11 anos. 

Segundo ela, ele residia na região de Laje do Muriaé quando foi levado por um grupo de ciganos. Aí gostou dessa vida nômade.Tiveram 3 filhos, depois 9 netos e 3 bisnetos. A filha mora em Miraí e um dos filhos os acompanham na tourada.

D. Penha reclamou que nunca conseguiram juntar dinheiro. A lona está muito precária e o caminhão também. Chegaram a comprar um ônibus para morarem nele, mas o motor pifou e estão tentando juntar dinheiro para o conserto.

Prometo que vou voltar lá outro dia para rever o espetáculo e postar fotos.
É bom lembrar que essa tourada não tem as características daquelas que maltratam os animais. Até dão uma estressadinha nos bichos. Mas com a vida pacata que aqui levam, acho que chega a ser uma boa experiência para eles.
Eu sei que você pode estar pensando: " Eh! Mas você não queria isso para a sua mãe!". Realmente não queria. Talvez para a sua, sim. Isso para você que pensou isso.