UM DIA PARA TROCAR DE MALAS... E ESTAMOS NA ESTRADA.

A viagem estava agendada já há muito tempo. Resolvemos algumas coisas  em Beli na sexta; roupas sujas na lavadora, literalmente torcendo para secar até o final do dia, pagamentos, coisas do GAB...e no sábado cedo  Belisário fica prá trás.
Os amigos Shoji e Solange irão conosco.

O transporte de leite faz parte de nossa paisagem. Nessa época a produção é muito baixa.
A gente fica fica meio constrangido  em deixar poeira para esse povo. O fato de ir de charrete não impede o uso de um batonzinho. Muito legal isso.
Cortamos caminho pela Varginha/Miradouro. Já estamos na Rio-Bahia.
Mirian escolheu como tema dessa viagem as fotografias de templos, pedras e o contraste das vegetações. Claro que com baixa qualidade pelo sol em posição desfavorável, carro em movimento, vidro sujo de poeira...
E já estamos em Realeza. Nem Belo Horizonte, nem Vitória:  Você já foi na Bahia, nega? Então vamos!
Paramos pra comer, depois de Realeza, antes de Caratinga. O japa é guloso. São poucas paradas boas como essa. Daqui pra frente a coisa só vai piorando.
Essa torre deve ter um simbolismo.
Cada um templo guarda um estilo próprio. Tenho comigo uma história, ou estória que ouvi, quando integrei a direção do Instituto do Patrimônio Histórico da Bahia: o Governo Português que como o de hoje, gostava de cobrar altos impostos, inclusive das Igrejas, quando a construção estivesse concluída. Dessa forma, construía-se uma única torre, e deixava-se a obra inacabada, com a alegação que uma outra torre ainda seria construída. Isso também poupava pagamentos a Roma. Já se adotava, naquela época, o famoso "jeitinho brasileiro". Dai a expressão: "Parece Obra de Igreja".
Mas não é esse o caso dessas, que são todas do século 20. 
Cada uma delas em uma cidade diferente.
O que esses dois estão arrumando lá atrás?
Estamos em Governador Valadares. Aquela é a Pedra do Ibituruna. Morei aqui dos 2 aos 6 anos e como nasci com 4,5 kg, tinha esse apelido. Era um nenen fofíssimo. Um terço de arroba de pura beleza.
Graças ao acidente da  Samarco a água não mais  recuperou a sua cor natural. Ainda com aspecto de lama.
Vimos muitas queimadas ao longo da viagem.
No meio da aridez a fotógrafa consegue captar vida.
Gostei da expressão da placa. Será verdade? É tão difícil ver um administrador público que gosta de administrar gente.
A foto não consegue retratar a precariedade desse lugar. O solo é muito ruim.
Daqui por diante começam a aparecer as pedras.
Estamos entrando no Vale do Jequitinhonha. Veja isso:
O Vale do Jequitinhonha está situado no nordeste do estado. É uma região amplamente conhecida devido aos seus baixos indicadores sociais e também ao norte é conhecida por ter características do sertão  nordestino.

A região, que inicialmente pertenceu à  Bahia  (até o final do século XVIII), foi incorporada ao estado de Minas, após a descoberta de diamantes no tijuco (região de Diamantina).
Há sempre um filho agarrado na saia e outro na barriga.
Você se imagina morando num quintal desse?
Atravessando o Rio Jequitinhonha. Ele nasce na cidade de Serro-MG. 
Planta-se o quê aqui?
Mais pedras. Seria um elefante?
Geralmente dormimos em Itaobim. Decidi esticar mais. A neblina nessa região é inevitável, mas o motorista  é experiente.
Vamos pernoitar em Vitória da Conquista.
É  a terceira cidade da Bahia, com cerca de 300 mil habitantes. Chegamos no hotel perto das 20 horas e lá o plano da SKY não contempla o canal que transmitiria o jogo do Galo. Então foi tomar um banho e sair sozinho pra achar o bar que fosse transmitir. Não foi difícil, assim como não foi difícil o Galo dar de 3 X 0 no Santa Cruz.
Pela manhã Mirian e Solange foram dar um giro nesse centro de abastecimento.
E novamente pegamos a estrada. Mais de 500 km nos esperam.
Com isso a gente não contava. Pista totalmente parada.
Em breve chega a notícia: uma carreta pegando fogo lá na frente. Ficamos mais de uma hora parados. 


E a fotógrafa insiste em mostrar essa seca toda. Um cenário muito triste.
O cactus é o símbolo da plantação nordestina.

Por um bom tempo será assim: anda um pouco e torna a parar. 
Vamos entrar em região de extensas retas na estrada. Dá pra ver?
Olha que gramado porreta!
Parece que quando um dá um acabamento o outro se sente obrigado a fazê-lo também.
Esse é o sertanejo de fato. Aquele mauricinho que fatura uma baba pra fazer um show no sulmaravilha  nem, sabe o que é a dureza do sertão.
Estamos chegando perto do fogo. Demorou muito.
E olha como fica a estrada quando passamos do ponto! Nunca cortei tantos caminhões na minha vida.
Atravessamos o Rio Paraguaçu, que faz parte da história baiana, precisamente na independência definitiva do Brasil, que aconteceu aqui na Bahia.
Nesse rio uma embarcação portuguesa bombardeou a cidade de Cachoeira, sede da revolta contra os portugueses. A história baiana registra que a população da cidade reuniu uma flotilha de canoas e pequenos navios de pesca, cercando a canhoneira. Depois de três dias cercado, o capitão português e seus 28 marinheiros se renderam por falta de alimentos.

A história dá focos em certos fatos e omite outros. A Inconfidência Mineira recebeu mais luzes. Isso aconteceu em 1823, depois do 7 de setembro de 1822, data em que se comemora a Independência do Brasil. Somente em 2 de julho de 1823 os portugueses foram expulsos de fato, aqui na Bahia.
A fotógrafa volta a privilegiar pedras.
Eu, hein!
Feira de Santana é a segunda cidade baiana, com mais de 500 mil habitantes.
Ufa! chegamos. Vamos deixar Shoji e Solange na casa do filho.
E aqui o motivo dessa vinda. Fomos contratados para tomar conta desses dois pivetes, por 15 dias, enquanto os pais viajam de férias.  
A proposta foi boa.



Alice sabe tudo de etiqueta na mesa.
Depois falamos mais, aqui de Salvador.


Comentários

  1. Bom demais mestre Paradela,Partabéns a fotopdráfa.
    Abraço
    Zaldívar

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  2. Olá amigo Cléber !!!
    Cheguei em casa hoje depois de três semanas fora e fiz esse trajeto da BR 116 na semana passada,vindo de Recife via sertão. Pena que a Rio -Bahia não foi privatizada no trecho de Minas, como é no Rio e na Bahia a partir de Feira de Santana. Na sexta passada dormi em Cândido Sales/BA e toquei de lá até Ervália, onde fiz o último pit stop e reencontrei minha esposa e meu filho. Logo após a divisa BA MG a estrada está com muitos buracos... só melhorando depois de Valadares.
    Boa viagem !!!
    Gilmar Calais Assafrao.

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  3. Amei as fotos, parabéns Miriam um forte abraço, que vocês façam um belo Passeio, pena que Belisário vai ficar orfão por uns dias.

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  4. LINDO! AGORA QUERO VER UMA FOTO "DE ESTILO" DOS NETOS, Gui e Alice, PARA APRECIAR COMO ESTÃO...
    PODE SER ?

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